PEDAGOGIA MUSICAL
Os jogos educativos sem competição – André Hipólito
A competitividade é um valor bastante presente em nossa sociedade, sendo como essencial para o sucesso profissional e pessoal. No entanto, o aumento da competição entre as pessoas e grupos tem promovido cada vez mais a separação entre os que ganham e os que perdem.
É necessário oferecer às crianças, e aos jovens, vivências baseadas em valores como a tolerância, solidariedade, respeito mútuo, trabalho coletivo e cooperação, e a aula de Música é uma ótima oportunidade para isso.
A Música gera emoção e ativa várias estruturas cerebrais, dentre elas pode ser citada o sistema límbico, que é responsável pelas emoções e comportamentos sociais, há também neste processo a liberação do neurotransmissor dopamina responsável pela sensação de prazer. Nos processos cognitivos e de aprendizagem, a música vai além do estudo do fazer música, pois esta pode contribuir para a introjeção de regras.
Jogos de memória de timbres, notas e instrumentos, dominós de células rítmicas ou instrumentos musicais e brincadeiras de solfejo podem ativar os sistemas de controle de atenção, da memória, da linguagem, de ordenação sequencial e do pensamento superior.
Já os jogos que utilizam o corpo, tais como mímica de sons imaginários, brincadeira da cadeira, cantigas de roda, encenações musicais e pequenas danças podem incentivar o sistema da memória, de orientação espacial, motor e de pensamento social.
Pensando nisso o Centro Cultural Maria Paccelle desenvolve diversos jogos cooperativos onde se aprende a considerar o outro como parceiro, a confiança em si mesmo e nos colegas, promovendo um aperfeiçoamento pessoal e coletivo, pois aquele que não sabe a resposta tem a oportunidade de aprender junto com os colegas e professor.
Um dos jogos de tabuleiro que contribui muito para o aprendizado musical é a Corrida Musical, o intuito desse jogo é educar e ensinar através da ludicidade noções elementares da música de forma funcional.
A Corrida Musical possui diversas cartas contendo, clave de sol e fá, ritmos, símbolos musicais e cartas surpresas, sendo o objetivo do jogo terminar o percurso primeiro. Durante esse percurso o aluno tem a oportunidade de explorar diversos conhecimentos já aprendidos nas aulas.
O jogo começa quando os jogadores decidem a ordem de chegada. Depois de decidido, o primeiro jogador deve pegar uma carta e responder o que é pedido. Se acertar, ele pode jogar o dado e andar seu carrinho o número de casas indicado no dado. Se errar, ele não anda com o carinho e passa sua vez para o jogador seguinte.
Uma das formas de utilização desse tabuleiro é utiliza-lo para lançar um novo conteúdo, onde o aluno tem acesso livre as respostas e pode aprender brincando, excluindo aqueles famosos exercícios de copie e decore, tornando sua aula mais interessante e prazerosa.
É importante que o educador utilize uma grande variedade de atividades e tipos de jogos musicais, colocando em suas aulas, canções em aula, ouvir vários tipos de melodias e ritmos, manusear objetos sonoros e instrumentos musicais, desenvolver notações espontâneas antes mesmo do aprendizado da leitura musical, participar ativamente de jogos musicais, acompanhar rimas e parlendas, encenar cenas musicais, participar de jogos de mímica de instrumentos e sons, aprender e criar histórias musicais, compor canções, inventar músicas, cantar espontaneamente, construir instrumentos musicais.
Os jogos musicais, quando utilizados de forma lúdica, participativa e não competitiva, podem constituir uma fonte rica de aprendizado, motivação e neurodesenvolvimento.
André da Silva Hipólito
Formado pelo Antigo Magistério
Pedagogo
Especialista em Docência do Ensino Superior
Especialista em Educação Inclusiva com ênfase em Deficiência Intelectual
Cursando Segunda Licenciatura em Música